quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Política na era das Mídias Sociais


Com a atual revolução impulsionada pelo uso das mídias sociais no mundo todo, de forma que seu uso tomou uma forma muito mais poderosa politicamente falando do que o imaginado, várias iniciativas marcaram esse processo de fortalecimento da política nas mídias sociais, podemos citar dois grandes exemplos:

O início de tudo, a "Primavera árabe"


As redes sociais desempenharam um papel considerável nos recentes movimentos contra a ditadura nos países árabes. A propagação do movimento conhecido como Primavera Árabe, que começou em 2010 na Tunísia, para todo o Norte da África e Oriente Médio não teria sido a mesma sem os recursos proporcionados pela internet.

Em dezembro de 2010 um jovem tunisiano, desempregado, ateou fogo ao próprio corpo como manifestação contra as condições de vida no país. Ele não sabia, mas o ato desesperado, que terminou com a própria morte, seria o pontapé inicial do que viria a ser chamado mais tarde de Primavera Árabe. Protestos se espalharam pela Tunísia, levando o presidente Zine el-Abdine Ben Ali a fugir para a Arábia Saudita apenas dez dias depois. Ben Ali estava no poder desde novembro de 1987.

Inspirados no "sucesso" dos protestos na Tunísia, os egípcios foram às ruas. A saída do presidente Hosni Mubarak, que estava no poder havia 30 anos, demoraria um pouco mais. Enfraquecido, ele renunciou dezoito dias depois do início das manifestações populares, concentradas na praça Tahrir (ou praça da Libertação, em árabe), no Cairo, a capital do Egito. Mais tarde, Mubarak seria internado e, mesmo em uma cama hospitalar, seria levado a julgamento.

A Tunísia e o Egito foram às urnas já no primeiro ano da Primavera Árabe. Nos dois países, partidos islâmicos saíram na frente. A Tunísia elegeu, em eleições muito disputadas, o Ennahda. No Egito, a Irmandade Muçulmana despontou como favorito nas apurações iniciais do pleito parlamentar.

A Líbia demorou bem mais até derrubar o coronel Muamar Kadafi, o ditador que estava havia mais tempo no poder na região: 42 anos, desde 1969. O país se envolveu em uma violenta guerra civil, com rebeldes avançando lentamente sobre as cidades ainda dominadas pelo regime de Kadafi. Trípoli, a capital, caiu em agosto. Dois meses depois, o caricato ditador seria capturado e morto em um buraco de esgoto em Sirte, sua cidade natal.

O último ditador a cair foi Ali Abdullah Saleh, presidente do Iêmen. Meses depois de ficar gravemente ferido em um atentado contra a mesquita do palácio presidencial em Sanaa, Saleh assinou um acordo para deixar o poder. O vice-presidente, Abd Rabbuh Mansur al-Radi, anunciou então um governo de reconciliação nacional. A saída negociada de Saleh foi também fruto de pressão popular. [1]

Manifestações no Brasil


A organização dos grandes atos, realizados pelo Movimento Passe Livre, foi feita em eventos no Facebook. Esses eventos, com uma adesão cada vez maior, eram compartilhados em sequência, atingindo milhões de usuários da rede social. No dia 17 de junho, por exemplo, ele chegou a ter cerca de 250 mil pessoas confirmadas para os protestos.

No Twitter e também no Facebook, depois da implementação das "hashtags", era possível acompanhar, em tempo real, o que estava acontecendo nas ruas e os locais. O Instagram e o YouTube permitiam compartilhar, em tempo real, registros de pessoas que presenciavam os movimentos.

Frente aos diversos temas tratados pelas manifestações em todo o Brasil, sobretudo depois da revogação do aumento da passagem, o site Causa Brasil desenvolveu um monitoramento nas redes sociais para apurar as principais causas de protesto dos brasileiros nas redes sociais. Divididos em 5 categorias – direitos básicos, economia, liberdades individuais, Copa no Brasil e políticos, o portal também disponibiliza uma linha do tempo para acompanhar, dia a dia, quais foram os temas com maior atenção dos internautas. [2]

Facebook e Twitter não divulgaram dados sobre o número de perfis novos criadas no Brasil no período. No entanto, um levantamento da consultoria Serasa Experian, divulgado pelo jornal Valor Econômico, aponta que o Facebook teve uma taxa de participação (perfis de usuários que tiveram atividade) de 70% dos brasileiros com presença no site no dia 13 de junho ─ o terceiro pico de participação do ano. O Twitter, por sua vez, contabilizou cerca de 11 milhões de tweets com a palavra "Brasil" e 2 milhões mencionando "protesto" entre os dias 6 e 26 de junho. [3]

Plataformas utilizadas atualmente no Brasil


1 - Causa Brasil


A plataforma Causa Brasil, criada pela W3haus em parceria com a Seekr, tem como objetivo ajudar a entender o que diz "a voz das ruas" nas manifestações que estão rolando no Brasil, por meio dos comentários nas redes sociais.

Abastecida automaticamente, a cada hora, por meio de postagens dos usuários do Facebook, Twitter, Instagram, YouTube e Google+, a ferramenta traz gráficos visuais e funciona como um termômetro que categoriza, agrupa e interpreta 'a voz' dos manifestos.

Causa Brasil destacará os temas mais comentados e a quantidade de menções sobre o assunto, entre outros dados. Com essas informações, a plataforma vai mostrar quais os objetivos que têm adesão de mais pessoas. [4]

Figura 1: Home do site Causa Brasil


2 - Meu Rio


O Meu Rio é um laboratório de novas interfaces de participação cívica que une a tecnologia à mobilização da sociedade para aproximar os cariocas da política. Sua missão é construir uma nova cultura política com os cariocas e fazer com que o cidadão comum possa participar efetivamente da construção de políticas públicas.

O Meu Rio é um movimento apartidário e sem fins lucrativos, com a missão de fazer com que o cidadão possa se envolver efetivamente na construção de políticas públicas.

O site mobiliza pessoas em torno de temas específicos a partir de ferramentas como Assine Embaixo (abaixo-assinado on-line), Imagine (plataforma colaborativa de ideação de políticas públicas), Panela de Pressão (em que qualquer um pode criar sua campanha para gerar mudanças na sua comunidade) e Verdade ou Consequência (um jogo para aproximar o eleitor dos candidatos a vereador). [5] [6]

Figura 2: Home do site Meu Rio








Referencias bibliográficas






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